
foto:minha
a folha, mesureira,
como um gesto atracado ao branco das últimas horas.
na pele passam os violentos fumos dos espaços,
vozes suspensas, ruas e ruas de espectros onde tudo
é tão vazio como as palavras que acabo de rasgar.
contemplo cada instante á margem da cidade.
descrever a cidade é ficar horas a fio a cospir saliva
para um espelho e temer a identidade do reflexo.
sento o rosto na multidão da paisagem e bebo a terra
que se movimenta junto ás manhãs e adoeço,
como quem adoece e se agarra ao último fio de vida.
deixem-me assim, aninhado, em lume brando,
agarrado ao aroma que despe a planície e longe,
bem longe da luz queimada da cidade...
Sem comentários:
Enviar um comentário