quinta-feira, agosto 01, 2013

White Dream

aqui me dispo dos dedos
rente ao branco da Flor

tomo o silêncio e os sentidos
e perco-me na ilha do teu nome

hoje acordei e percebi que o passado está tão perto
tão derramado

há um fresco do nevoeiro que inunda a tua madrugada
e palavras a esvoaçar a brisa do teu olhar

e há o tempo
este pêndulo que teima em não parar
que me desperta e invade como um ladrão

nunca havia amado tão intensamente

queria acordar como hoje
neste sonho de ti
de borboletas e flores

amo-te
M.Flores
 [JuJu*]

quarta-feira, dezembro 15, 2010

e a Ti

a sede
veneno sem razão.
vontade e torpeza velados nos lábios

trocar a penumbra pela pele
e entornar o luar na curva dos olhos

dar laços com os braços e fingir a lucidez
disfarçar o fecho dos olhos
inventar quando nada importa

negar que o incêndio de alguém queima ninguém
resgatar o coração ao peito já aberto

o veneno de ir além e libertar caminho desconhecido
medo de entregar o coração ao assassino
medo veneno

teimar para quê
quando a verdade está tão perto dos lábios

não há antídoto para o amor

sexta-feira, dezembro 10, 2010


desejei um novo dia para nós

e como a mão que agora treme pensei nessa insónia
como se rasgássemos a pele com o calor das coxas

tomámos a noite na região dos dedos e o ar
era uma espécie de morfina que entorpecia a boca
os olhos - topázios de prata - raspavam a transparência
da carne e os sentidos apagavam-se com as horas

a comunhão deitada no mutismo do espaço
torcida no vácuo caindo salgada e afogada

tínhamos este silêncio nosso
e a vontade de morrer dentro do outro baixinho

desejei que o novo dia nos trouxesse esta morte
mas parece que o diabo não nos quer como presente

quinta-feira, dezembro 09, 2010

no longe


procura-me talvez onde nenhuma cinza

possa ser o resultado

de qualquer coisa queimada



"sara f.costa"